sexta-feira, 4 de março de 2011

NOVO DOCUMENTO DE IDENTIDADE NACIONAL

Terrivelmente lamentável!

Se eu fosse vocês leria este artigo até o fim


 Pedro Jacintho Cavalheiro

Minha geração cresceu ouvindo aqui e ali, e de forma bem generalizada, diga-se de passagem, que o Brasil era quintal dos Estados Unidos da América do Norte. Razões não faltavam. Nem vou abordá-las aqui porque acabaria me desviando do tema deste artigo. E certamente você conhece algumas ou muitas dessas razões. Aí o Brasil conquistou sua estabilidade econômica e tome “nunca antes na história desse país” pra cá e “nunca antes na história desse país” prá lá.

Tudo não exatamente assim, tudo dotado de efeitos especiais retóricos para ficar bonito na fotografia da mídia e no imaginário da plebe inculta. Mas, é inegável que estamos em processo histórico ao menos positivo, especialmente se olharmos as vitórias recentes da liberdade de imprensa, conquistadas pelas instituições civis organizadas que afastou-nos de todo o mal e tentações inebriantes do poder, amém. Mas é bom não deixar de orar e principalmente vigiar...

Você já viu o desenho do novo registro civil, instituído pela Lei 12.058, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009? Prestou bem atenção? Dê uma olhada na foto abaixo...


Vamos olhar mais de perto os dados pessoais que ficam ao lado da foto maior do documento..
.

É isso mesmo que você está vendo! No registro civil único da Republica Federativa do Brasil, os dados são enunciados em Língua Portuguesa e... EM INGLÊS!!! Leia a advertência que se encontra no novo registro civil brasileiro...


Um documento nacional, com validade exclusiva no território nacional brasileiro com enunciados em Inglês! Mas é impressionante! Então era mesmo verdade? Então somos quintal dos Estados Unidos? Você acha que estou exagerando?

 
"A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo."

Não espero que o Brasil seja tão independente a ponto de usar a língua neutra internacional, o Esperanto, em seu Passaporte, estabelecendo com vanguarda e clareza uma nova ordem mundial nas relações diplomáticas internacionais a partir de uma postura linguística. Esperaremos que países cultos o façam primeiro para só depois, com a certeza daqueles que só sabem copiar tardiamente o óbvio, tomar essa atitude. Mas espero postura dos zeladores de nossa nação! Espero honra e respeito à Constituição da República Federativa do Brasil. Se não posso esperar deles cultura e patriotismo, ao menos espero respeito à Lei.

O novo registro civil único começará a ser produzido neste ano. O Governo emitirá 2 milhões deles só em 2011. O texto em Inglês nesse documento contraria a Constituição brasileira, desonra o povo deste país e a distorce cultura brasileira. Desde o final da segunda Guerra Mundial investiu-se maciçamente no ensino do Inglês em nosso país e mesmo assim, as pessoas nas ruas não conseguem falar nada nessa língua. O Inglês é ferramenta ainda muito usada nos dias de hoje no quadro internacional, especialmente no ocidente e para o comércio. Mas não pode ser enfiado goela abaixo do povo brasileiro desta maneira: em documento oficial da república. Sinto muito Tio Sam, mas Portugal e o Marques de Pombal chegaram primeiro e agora é imutável: nossa pátria é nossa língua e nossa língua é o Português!

Eu acuso àqueles que propuseram e àqueles que aprovaram um documento civil nacional brasileiro, de validade exclusivamente interna, repito, com enunciados em Inglês de infames! Nunca antes na história desse país se viu semelhante aviltamento!

A Presidente Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, enalteceu a importância da liberdade de imprensa e de expressão. Coincidência ou não, o ditador da Venezuela foi embora mais cedo, do evento, alegando emergências internas em seu país e despediu-se através de um jornalista com um lacônico “Viva Lula!”. Na posse de Dilma! Gafe diplomática ou expressão de sua reprovação ao discurso democrático da nova Presidente? Espero que a Presidente Dilma, abra os olhos para esse grave problema e tome já a providência de retirar os enunciados em língua estrangeira de um documento oficial brasileiro, que segundo nossa Constituição deve utilizar a língua oficial da nação, que é o Português. Um documento nacional brasileiro, de validade interna, não é um Passaporte, que serve para nos identificar internacionalmente e que por isso comporta enunciados em outras línguas, até por força de tratados, mas sim um registro civil brasileiro, que como tal é uma expressão de nossa cidadania.

Que a sociedade civil organizada acorde e dê um basta a essa vendição humilhante! Porque pior do que ouvir que o Brasil é quintal dos Estados Unidos é assumir atitude de minhocas do quintal e enfiar covardemente a cabeça na terra.

Nenhum comentário:

Postar um comentário