Terrivelmente lamentável!
Se eu fosse vocês leria este artigo até o fim
Pedro Jacintho Cavalheiro
Minha geração cresceu ouvindo aqui e ali, e de forma bem generalizada, diga-se de passagem, que o Brasil era quintal dos Estados Unidos da América do Norte. Razões não faltavam. Nem vou abordá-las aqui porque acabaria me desviando do tema deste artigo. E certamente você conhece algumas ou muitas dessas razões. Aí o Brasil conquistou sua estabilidade econômica e tome “nunca antes na história desse país” pra cá e “nunca antes na história desse país” prá lá.
Tudo não exatamente assim, tudo dotado de efeitos especiais retóricos para ficar bonito na fotografia da mídia e no imaginário da plebe inculta. Mas, é inegável que estamos em processo histórico ao menos positivo, especialmente se olharmos as vitórias recentes da liberdade de imprensa, conquistadas pelas instituições civis organizadas que afastou-nos de todo o mal e tentações inebriantes do poder, amém. Mas é bom não deixar de orar e principalmente vigiar...
Você já viu o desenho do novo registro civil, instituído pela Lei 12.058, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2009? Prestou bem atenção? Dê uma olhada na foto abaixo...
É isso mesmo que você está vendo! No registro civil único da Republica Federativa do Brasil, os dados são enunciados em Língua Portuguesa e... EM INGLÊS!!! Leia a advertência que se encontra no novo registro civil brasileiro...
Um documento nacional, com validade exclusiva no território nacional brasileiro com enunciados em Inglês! Mas é impressionante! Então era mesmo verdade? Então somos quintal dos Estados Unidos? Você acha que estou exagerando?
"A Pátria não é a raça, não é o meio, não é o conjunto dos aparelhos econômicos e políticos: é o idioma criado ou herdado pelo povo."
Não espero que o Brasil seja tão independente a ponto de usar a língua neutra internacional, o Esperanto, em seu Passaporte, estabelecendo com vanguarda e clareza uma nova ordem mundial nas relações diplomáticas internacionais a partir de uma postura linguística. Esperaremos que países cultos o façam primeiro para só depois, com a certeza daqueles que só sabem copiar tardiamente o óbvio, tomar essa atitude. Mas espero postura dos zeladores de nossa nação! Espero honra e respeito à Constituição da República Federativa do Brasil. Se não posso esperar deles cultura e patriotismo, ao menos espero respeito à Lei.
O novo registro civil único começará a ser produzido neste ano. O Governo emitirá 2 milhões deles só em 2011. O texto em Inglês nesse documento contraria a Constituição brasileira, desonra o povo deste país e a distorce cultura brasileira. Desde o final da segunda Guerra Mundial investiu-se maciçamente no ensino do Inglês em nosso país e mesmo assim, as pessoas nas ruas não conseguem falar nada nessa língua. O Inglês é ferramenta ainda muito usada nos dias de hoje no quadro internacional, especialmente no ocidente e para o comércio. Mas não pode ser enfiado goela abaixo do povo brasileiro desta maneira: em documento oficial da república. Sinto muito Tio Sam, mas Portugal e o Marques de Pombal chegaram primeiro e agora é imutável: nossa pátria é nossa língua e nossa língua é o Português!
Eu acuso àqueles que propuseram e àqueles que aprovaram um documento civil nacional brasileiro, de validade exclusivamente interna, repito, com enunciados em Inglês de infames! Nunca antes na história desse país se viu semelhante aviltamento!
A Presidente Dilma Rousseff, em seu discurso de posse, enalteceu a importância da liberdade de imprensa e de expressão. Coincidência ou não, o ditador da Venezuela foi embora mais cedo, do evento, alegando emergências internas em seu país e despediu-se através de um jornalista com um lacônico “Viva Lula!”. Na posse de Dilma! Gafe diplomática ou expressão de sua reprovação ao discurso democrático da nova Presidente? Espero que a Presidente Dilma, abra os olhos para esse grave problema e tome já a providência de retirar os enunciados em língua estrangeira de um documento oficial brasileiro, que segundo nossa Constituição deve utilizar a língua oficial da nação, que é o Português. Um documento nacional brasileiro, de validade interna, não é um Passaporte, que serve para nos identificar internacionalmente e que por isso comporta enunciados em outras línguas, até por força de tratados, mas sim um registro civil brasileiro, que como tal é uma expressão de nossa cidadania.
Que a sociedade civil organizada acorde e dê um basta a essa vendição humilhante! Porque pior do que ouvir que o Brasil é quintal dos Estados Unidos é assumir atitude de minhocas do quintal e enfiar covardemente a cabeça na terra.
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